Carta do fim

O dia está acabando. Fiquei o dia todo olhando para o meu teto, branco e sem vida. Tinha um inseto rodeando a luz do quarto.

O meu pensamento não estava lá, apesar dos olhos seguirem o ser voador. Estava pensando nos momentos da Rural, do Centro de Seropédica, do hino de Paracambi e no sobrinho que ganhei (e perdi) em menos de um dia.

O meu pensamento estava em Vinícius de Morais, com a sua melancolia dedilhada no violão.

Pensei na burrada que eu fiz. Burrada esta que não tem mais volta. Foi feito! Será algo que me arrependerei para a eternidade, mas que não dá para voltar.

O meu pensamento está na garota maravilhosa, ao qual tive o prazer de conhecer e conviver por quase um ano. Sou feliz por isso!

Mas, como dizia o poeta alhures informado, tudo irá se "descolorir". Nada é eterno. Mas pra mim foi eterno enquanto durou.

Já tive a melhor felicidade do mundo, que é o amor. Aliás, é o amar alguém. É algo difícil hoje em dia.

Desejo a felicidade para esta mulher maravilhosa, a mesma que eu tive com ela.